37 - Os produtos e seu consumo constituem a meta declarada
do empreendimento tecnológico. Essa meta foi proposta
pela primeira vez no início da Modernidade, como
expectativa de que o homem poderia dominar a natureza.
No entanto, essa expectativa, convertida em programa
anunciado por pensadores como Descartes e Bacon e
impulsionado pelo Iluminismo, não surgiu “de um prazer
de poder”, “de um mero imperialismo humano”, mas da
aspiração de libertar o homem e de enriquecer sua vida,
física e culturalmente.
CUPANI, A. A tecnologia como problema filosófico: três enfoques, Scientiae Studia.
São Paulo, v. 2 n. 4, 2004 (adaptado).
Autores da filosofia moderna, notadamente Descartes eBacon, e o projeto iluminista concebem a ciência como
uma forma de saber que almeja libertar o homem das
intempéries da natureza. Nesse contexto, a investigação
científica consiste em
a) expor a essência da verdade e resolver definitivamente
as disputas teóricas ainda existentes.
b) oferecer a última palavra acerca das coisas que existem
e ocupar o lugar que outrora foi da filosofia.
c) ser a expressão da razão e servir de modelo para outras
áreas do saber que almejam o progresso.
d) explicitar as leis gerais que permitem interpretar a
natureza e eliminar os discursos éticos e religiosos.
e) explicar a dinâmica presente entre os fenômenos
naturais e impor limites aos debates acadêmicos.
Resolução
C - Descartes e Bacon rivalizam quanto à concepção
epistemológica e métodos propostos. Descartes era
racionalista, para quem o conhecimento se encontra
na razão e sugere o método dedutivo; Bacon era
empirista, para quem o conhecimento é construído
pela experiência sensorial, propondo o método
indutivo. Contudo, tais filósofos contribuíram muito
para os caminhos da ciência e introduziram, por
exemplo, o ceticismo metodológico. À ciência, caberia
conhecer os processos naturais, afastando as sombras
das dúvidas. Os iluministas, nesse sentido, valorizam
a razão, como meio de emancipação do homem.